domingo, 22 de julho de 2012

Semana 87

Isto de escrever aqui anda um pouco aos soluços, mas tem justificação! A verdade é que entre exames (que entretanto a situação piorou) e chatices e Erasmus e viagens e tudo o mais, o tempo para escrever foi diminuindo e, honestamente, aconteceu o mesmo à vontade. É que nestas últimas semanas ando um pouco deprimida à conta da aproximação da data de partida para Erasmus e por causa da faculdade...bem tudo se resolverá, a bem ou a mal.
Independentemente, agora vou meter nojo porque vou falar de Áustria! Estive lá há uma semana e aquilo, meus amigos, é doutro mundo. A sério, bastaram-me 3horas naquele país (e começámos logo por Viena, vejam lá) e senti que o meu país era uma selva. Não me interpretem mal, eu adoro Portugal (bem, adoro o distrito do Porto, não Portugal no geral) mas é que ali toda a gente é extremamente organizada. Até na porcaria das escadas rolantes tinham regras! Notei isso quando subimos umas à saída do metro pela primeira vez e nos pusemos à balda, tipo uns ao lado dos outros e tal, enquanto que toda a gente estava chegada para a direita. Pensei que fosse coincidência mas esse pensamento desapareceu quando uma menina me disse num muito doce alemão "entschuldigung" - que significa "desculpe" - pedindo que me desviasse para ela passar. Só aí entendi que não era coincidência mas regra social. Toda a gente se encostava para a direita para deixar os que estavam mais apressados subir pela esquerda. Fazia todo o sentido e juro que nunca me esquecerei. Aqui em Portugal não há disso. Se quer passar à frente e subir mais rápido tem que se ir desviando das pessoas num frenético zig-zag.
Outra coisa impressionante foi o shopping. Enquanto que aqui o normal é estarem abertos até à meia-noite, lá fechava pelas 22h. Aliás, pelas 19h já começávamos a ver a maioria das lojas a fechar e pelas 21h era difícil encontrar restaurantes. Chegámos a um ponto que as 18h30 estávamos a jantar e pelas 20h já estávamos no hotel (cenário que ocorreu uma noite em Graz). Juro que me pôs os sonos trocados. Tinha de me esforçar para me manter acordada até uma certa hora para não acordar no dia seguinte às 5h da manhã.
Uma coisa que tanto eu como a minha irmã achámos impressionante foi o Frozen Yorgurt. Lá não falta disso. Basta virar uma esquina e ali está, um sítio maravilhoso onde pelo mesmo preço que um gelado, podemos comer iogurte congelado com toppings (bem, sai um pouco mais caro se tiver muitos tópicos e dependendo do tamanho...mas vale a pena). Sabia mesmo bem. Muito melhor que qualquer gelado - que lá levavam bastante leite na minha opinião.
Foi uma viagem que nunca esquecerei, provavelmente pelas 3h fechada num avião ou das infinitas horas fechada em aeroportos (ODEIO AVIÕES E ODEIO AEROPORTOS), mas também pelas vistas, pelo castelo da Sissi e pela tour da Música do Coração.

PS: para todos os que viveram, tal como eu, a ler livros para crianças da Sissi e a ver os desenhos animados dela em que era muito queridinha e fofinha e gostava muito do imperador...não vão ver museus sobre ela nem ler a verdadeira história dela...em 2 dias vi parte da minha infância destruída :c

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Semana 83 (este post é deprimente...só estou a avisar)

Como não podia deixar de ser, fui abaixo. A sério estou literalmente farta disto tudo. Eu sei que muitos estudantes estão a passar pela mesma fase mas andar a reprovar com 9 quatro vezes é obra. Não sei quem deva esganar primeiro: os professores ou a mim...
Estou mesmo MAS MESMO MESMO farta. Dormi mal, não consigo concentrar-me por 2 segundos que seja, sinto-me desmotivada e simplesmente com vontade de chorar a cada 5 minutos. Toda a gente diz que não posso ficar assim, tenho de me levantar, deitar para trás esta tragédia, entender o que aconteceu de errado e dar o meu melhor no recurso. Blah blah blah, sabem? BLAH BLAH BLAH! A não ser que alguém seja tão pouco confiante ou tenha passado EXATAMENTE pelo mesmo que eu NÃO TEM DIREITO A DIZER QUE RAIO DEVO FAZER!
A minha vontade mal vi a nota? (e eu normalmente tenho tendência de esconder estas coisas do mundo mas hoje quero lá saber) Subir até ao telhado da minha casa e atirar-me para o meio da rua. A saída cobarde, eu sei, mas definitivamente a mais fácil.
Não sei porque raio as pessoas dizem sempre que o tempo na universidade foi o melhor da vida deles. Eu honestamente mal posso esperar por me livrar disto! Enquanto que eu vejo a minha mãe a trabalhar certinho das 8h às 17h e depois (apenas ocasionalmente) tem de estudar ou preparar-se para uma apresentação, EU TIVE AULAS TODOS OS DIAS DA SEMANA E ESTAVA NA FACULDADE TODOS OS DIAS DAS 8H ÀS 7H30 (muitas vezes até mais tarde ainda). E os ditos "adultos" (digo entre aspas porque em termos legais já ma incluo nesse grupo) dizem que a vida deles tem muito mais stress. Ok...vamos lá fazer a lista:

  • pagar as contas
  • trabalhar durante horas certas
  • formação
  • tratar da casa
Agora vamos ver a minha lista de tarefas semanas:
  • ir às aulas
  • aturar professores que claramente não vão muito com a minha cara
  • fazer trabalhos
  • estudar
  • fazer os trabalhos de casa
  • ajudar na casa
  • fazer as contas à minha vida financeira
  • ajudar na catequese (que, sejamos honestos, me ajuda bastante a descontrair)
  • aturar com os dramas de toda a gente
  • aturar com os meus dramas pessoais
  • e, o pior, ÉPOCA DE EXAMES, que se subdivide em toneladas de stresses extra
    • estudar para exames que estão marcados para 2 dias depois do fim das aulas
    • entregar trabalhos
    • fazer os exames (e panicar antes)
    • esperar pelos resultados (e durante este tempo temos sempre a tendência de fazer contas à vida e panicar pelo mínimo indício que fizemos algo mau)
    • descobrir a nota (se reprovamos segue em frente, senão temos oral - o mais normal no caso das línguas que é o que estudo)
    • stress da oral (que costuma ser o meu ponto fraco, exceto em inglês)
    • esperar (mais uma vez) pelos resultados - e o pior é que desta vez estamos confiantes porque o nosso parceiro não falou pévia durante todo o exame e no fim disse que vocês tinham falado praticamente sem erros
    • por fim, descobrir que afinal reprovamos por uma merda de um valor e que temos de passar por isto tudo outra vez...

Eu sei que os nossos pais passaram por isto nos seus dias, mas é totalmente diferente agora. Os professores ora exigem demais ora exigem a menos (e o pior é que os que exigem demais são aqueles cujas cadeiras são a exame). Nunca tinha entendido até ontem os estudantes que se suicidavam face aos seus resultados de exames. Sempre pensei que tinham sido cobardes e não era caso para tanto e que deviam sempre levantar-se e fazer melhor na próxima (nem que fosse pelo gozo de esfregar na cara do professor uma nota excelente). Nunca os entendi de todo, até ontem...

terça-feira, 12 de junho de 2012

Semana 82

Pressão. Sim, essa é a palavra que a agora domina a minha vida. Sinto-me um pouco parva e hipócrita por estar a dizer isto sabendo perfeitamente que há centenas, senão milhares, de outras pessoas na mesma situação que eu e, quem sabe, talvez com ainda mais pressão ainda. Mas este é o MEU blog (não que pareça muito tendo em conta a quantidade de vezes que estive ausente) e está aqui para nele serem publicados os MEUS problemas (desculpem se estou um pouco má mas isto deve ser por causa da pressão e por ser ainda de manhã - além de outros factores que não estou para expor aqui...há que manter o mínimo de privacidade).
De qualquer forma, a pressão que sinto neste momento é devido (tal como muitos outros) aos estudos e aos exames. Eu sei que não tenho assim tantos no total mas a todos eles se acrescenta uma muito maior importância porque vou para Erasmus para o próximo ano. Eu sei que passo a ter direito à época de Setembro, o que me permite, depois de voltar, fazer exames nessa altura - o que não será muito necessário tendo em conta que as minhas aulas lá acabam em maio e os exames no início de Junho. Mas isso não importa. O que importa é que tenho agora pela frente uma disciplina que já deixei do ano passado (e RECUSO-ME  deixá-la de novo para trás) e uma outra que reprovei no nível anterior no semestre passado (outra que me RECUSO DETERMINANTEMENTE  a reprovar...a vergonha que ia ser reprovar mesmo depois de ter trabalhado o triplo e ter tido uma explicadora...).
Ainda por cima disso tenho a pressão lá de casa devido aos estudos. Já o facto de estar num curso de letras não é propriamente o ideal para os meus pais (eles não o admitem mas eu SEI que eles preferiam que tivesse ido para algo na área das ciências). E o pior é que eles consideram tudo isto fácil e não é! Eu sei que não é comparável com medicina nem com qualquer curso científico mas raios, onde eles tiveram de "decorar" fórmulas (tenho quase a certeza que tinham acesso a um formulário) eu tenho de saber de trás para a frente a gramática - exceções e normas e tudo o resto - de 3 línguas (e mais uma em que me resolvi meter por estupidez total).
Por isso, e finalmente agora, aqui vai uma palavrinha para todos aqueles que estão a passar pelo mesmo que eu:

Sejam fortes. Sigam em frente. Não stressem e não se preocupem tanto.
Estudem, estudar é importante, mas principalmente mantenham a calma.
Esqueçam a família, os amigos, as obrigações e simplesmente foquem-se no que é importante:
VOCÊS e o VOSSO sucesso.


terça-feira, 29 de maio de 2012

Semana 80

Não estou nada bem, mesmo mas mesmo nada bem... Podem dizer que é dos exames ou do stress ou de não andar a dormir direito MAS ISTO NÃO É NORMAL! O normal é nesta altura andar de tal forma relaxada que nem pareço a mesma. O Sol costuma ter esse efeito em mim mas, por alguma razão, não o está a fazer este ano.
A razão é uma apenas: o medo. (sim, pareço uma miúda de 5 anos a dizer que tem medo do escuro, eu sei disso muito bem) Mas isto não seria um problema se conseguisse falar com alguém que me desse aquela resposta que eu estou à procura há tanto tempo: um abraço, um beijo na testa e um "vai tudo correr bem" dito do coração olhos nos olhos. CUSTA ASSIM TANTO MINHA GENTE?
De que tenho medo? A resposta é igualmente óbvia...Erasmus. Eu sei qeu é algo que já imagino e idealizo e programo há bastantes anos, mas só agora se está a tornar concreto. Até agora não passava de uma página na internet ou um anúncio na faculdade ou um panfleto do banco ou de uma convenção qualquer. Agora começo a receber e-mails da universidade de Bristol e a ter de planear e candidatar-me à residência e finalmente me apercebi: eu vou SOZINHA durante UM ANO para um país onde NUNCA FUI. Conseguem ver os problemas e o medo que se está a formar em mim? Uma quantidade quase infinita de questões levanta-se na minha cabeça numa questão de segundos:
Será que vais aguentar um ano inteiro?
Será que vais aguentar sem chorar todas as noites durante o primeiro mês?
Será que vais sobreviver?


Talvez por isso tenha começado a planear cuidadosamente as coisas mais estúpidas que se podem imaginar: desde uma simples ida ao supermercado mais próximo nem que seja só para passear e ver o que têm até os preços de tudo o que vou precisar na IKEA de Bristol (graças a Deus existe essa coisa maravilhosa nas proximidades). E com isto tudo o que acontece? Levo os meus pais à completa loucura porque para eles isto é da mais autêntica estupidez que se pode conceber. E eu sei que é estúpido planear isto tudo mas queria que entendessem que VOU SOZINHA PARA UM PAÍS QUE NÃO CONHEÇO E CUJA COMIDA EU NÃO HEI-DE GOSTAR (o que justifica o conhecimento obrigatório do mercado mais próximo). É só que com tudo o que se vai passar eu quero ter algo a que me agarrar. Se fosse com alguém teria essa pessoa. Mas não vou, por isso escolho um plano detalhado. Sei perfeitamente que não o vou seguir (primeiro porque vou ter outras coisas para fazer e segundo porque me conheço bastante bem) mas ele representa uma espécie de rede de segurança que aqui é formada pelos meus amigos. Mas não os vou ter lá E AI DE QUEM DIGA QUE TENHO A PORCARIA DO FACEBOOK E EMAIL E SKYPE PORQUE NÃO É A MESMA COISA!

sexta-feira, 18 de maio de 2012

Semana 78

Grande buraco! Desculpem não ter escrito mas entre Queima, testes, trabalhos e outros tipos de problemas os blogs ficam para o fim e depois não consigo escrever. Por isso este post vai ser mais um resumo de como estou, o que se tem passado etc etc etc
Eu estou, mostly, bem. Um pouco cansada (perfeitamente normal) e assustada com tudo o que está para vir. Além disso, e quem me conhece pessoalmente já esperava este dia, JÁ ESTOU A STRESSAR COM ISTO DE ERASMUS! Primeiro é imensa coisa a ser preparada e segundo já não falta assim tanto tempo. Os meus anos vêm primeiro e eu não estou preocupada com isso! (e garanto que não é normal...o normal é já estar agora - que ainda faltam cerca de 2 meses - a planear tudo). É que não é por ser algo extremamente complicado ou algo do género, é simplesmente o ir sozinha que me assusta imenso. É que se formos num grupo se nos faltar algo de certeza que alguém se lembrou de trazer e pode emprestar ou pelo menos dar uma pequena ajuda, mas ao ir sozinha deixamos de ter essa rede de segurança. Por um lado é ótimo porque é um choque que me vai permitir ganhar independência a um nível totalmente novo. Por outro é EXTREMAMENTE  ASSUSTADOR porque vou estar sozinha e eu odeio estar sozinha.
Que me lembre só estive totalmente sozinha uma vez e tinha um quarto duplo (e foi só durante uma semana, o que também deve ter ajudado à falta de stress no geral). Mas de qualquer maneira tinha ali alguém que, à noite, me fazia companhia - o que me ajudava a não ter tantas saudades de casa. Mas lá não vou ter isso! Vou estar num quarto single e sem nenhuma amiga ou sequer conhecida lá. Sabem o que isto quer dizer? Noites a tentar distrair-me o mais possível ou a ir para a cama extremamente cedo. Isso se der numa de anti-social (o que não parece muito meu).
Fora deste "mínimo" stress, está tudo bem. A minha vida está um pouco virada do avesso mas quem pode dizer o contrário. Espero que esteja tudo bem com vocês e prometo que vou tentar escrever mais assiduamente. TENTAR, não prometo nada (lembrem-se que avizinha-se a época de exames e ninguém quer que chumbe pois não?).

beijinhos para todos!!!!!!!

terça-feira, 24 de abril de 2012